O auxílio alimentar já representa quase 14% da renda média dos brasileiros com carteira assinada e impacta diretamente saúde, economia e qualidade de vida.
O vale-alimentação é um dos benefícios mais esperados pelos trabalhadores brasileiros. Muito além de um auxílio para compras em supermercados, ele se tornou um instrumento de bem-estar social e de fortalecimento do poder de compra, especialmente em tempos de inflação e alta no preço dos alimentos. Em 2025, dados de diferentes pesquisas confirmam que esse benefício ganhou ainda mais relevância no dia a dia das famílias.
Valor médio em 2025
Um levantamento realizado pela Alelo em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) mostrou que o valor médio do vale-alimentação no Brasil atingiu R$ 433,10 no primeiro trimestre de 2025. O número representa um aumento real de 4,3% em relação a março de 2024, já descontada a inflação.
Esse valor, embora ainda considerado insuficiente por parte dos trabalhadores, já corresponde a 13,8% da renda média do brasileiro com carteira assinada, atualmente em torno de R$ 3.145. Na prática, significa que o vale deixou de ser apenas um complemento e passou a ocupar uma fatia significativa do orçamento familiar.
O vale-refeição, por sua vez, teve um valor médio de R$ 530,80 no mesmo período, também com crescimento, mas menor em comparação ao vale-alimentação.
Importância para as famílias
Mesmo com avanços, o benefício ainda não cobre todas as necessidades alimentares. Uma pesquisa da Pluxee revelou que 62% dos beneficiários de vale-alimentação precisam recorrer ao próprio salário para complementar as compras do mês. Entre quem recebe vale-refeição, o número também é alto: 52% precisam pagar parte das refeições do próprio bolso.
Ainda assim, o impacto positivo é indiscutível. O vale-alimentação representa hoje mais da metade (52,7%) das compras de itens da cesta básica, segundo dados Alelo/FIPE. Ou seja, o benefício é fundamental para que famílias tenham acesso a produtos essenciais como arroz, feijão, leite e hortaliças.
Benefícios para o trabalhador
Além de aliviar o orçamento doméstico, o vale-alimentação gera outros impactos importantes:
- Segurança alimentar: garante maior previsibilidade na compra de alimentos básicos.
- Qualidade nutricional: trabalhadores beneficiados consomem mais produtos in natura e menos ultraprocessados.
- Saúde: uma dieta equilibrada reduz riscos de obesidade, diabetes e hipertensão.
- Motivação profissional: pesquisas indicam que o benefício é um dos mais valorizados pelos brasileiros, o que aumenta engajamento e reduz a rotatividade.
Benefícios para a empresa
Do lado das organizações, oferecer vale-alimentação também traz vantagens:
- Atração e retenção de talentos: empresas que oferecem o benefício são vistas como mais competitivas.
- Produtividade: funcionários bem alimentados adoecem menos e produzem mais.
- Incentivos fiscais: dentro do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), empresas podem obter deduções no Imposto de Renda, reduzindo custos.
- Imagem institucional: o benefício demonstra preocupação com o bem-estar do colaborador, fortalecendo a cultura organizacional.
Desafios atuais
Apesar da relevância, o benefício enfrenta entraves:
- Valor insuficiente – a inflação de alimentos ainda corrói o poder de compra; os R$ 433,10 médios não cobrem todas as despesas de uma família.
- Desigualdade regional – há estados em que os valores pagos são bem abaixo da média nacional, mesmo onde o custo da cesta básica é maior.
- Necessidade de atualização – muitos contratos de benefício ficam anos sem reajuste, o que reduz gradualmente sua eficácia.
- Regulamentação – a Lei 14.442/2022, que trouxe regras de portabilidade e interoperabilidade entre bandeiras de vale, ainda enfrenta desafios práticos de implementação.
Perspectivas para o futuro
Especialistas defendem que, para manter o impacto positivo, o vale-alimentação precisa ser atualizado regularmente, acompanhando a variação real do custo dos alimentos. Além disso, a regulamentação em andamento deve trazer mais transparência e liberdade de escolha para os trabalhadores, evitando limitações no uso do benefício.
Com a inflação pressionando a renda, a tendência é que o vale-alimentação ganhe ainda mais espaço como um diferencial competitivo entre empresas e como um instrumento essencial de segurança alimentar no Brasil.


